A gente é o que a gente come. E o dito popular tem um tanto de verdade. Não é novidade que a alimentação saudável tem impactos muito positivos em nosso estado geral de saúde. Mas você sabia que a alimentação também influencia na sua saúde emocional?
Uma série de pesquisas e revisões bibliográficas sobre o tema comprovam que uma dieta equilibrada reduz significativamente o risco de transtornos mentais como depressão e ansiedade.
Uma alimentação equilibrada, com porções de frutas e vegetais, além de vitaminas, minerais e gorduras saudáveis, ajuda a melhorar nossas funções cerebrais e tem impacto ainda na memória, energia e controla de maneira mais assertiva as emoções.
Além disso, um estudo publicado na revista Nutrients mostrou a relação entre o desempenho de estudantes universitários e seus hábitos alimentares. Os resultados mostraram que uma alimentação saudável pode melhorar os sintomas de transtornos mentais e inclusive aprimorar o sucesso acadêmico dos alunos.
Mas de que forma a alimentação afeta a saúde emocional e o humor?
O principal neurotransmissor relacionado ao bom humor é a serotonina e o seu desequilíbrio pode ir desde um mau humor matinal até casos mais graves, como ansiedade e depressão. E os nutrientes contidos nos alimentos atuam justamente na formação e liberação destes neurotransmissores, que no cérebro são responsáveis pela saúde mental.
Ou seja, diversidade e moderação na dieta, assim como uma prática recorrente de atividade física, contribuem significativamente para sua saúde física e emocional. Mas quais alimentos escolher? Como selecionar os melhores nutrientes que contribuirão para a saúde mental?
Um estudo sobre alimentos antidepressivos, conduzido pelos pesquisadores LaChance e Ramsey, buscou identificar quais alimentos e nutrientes desempenhavam papel na prevenção e promoção da recuperação da depressão.
Os resultados demonstraram que 12 nutrientes estão relacionados à prevenção e controle desse tipo de transtorno:
- Ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA);
- Ferro;
- Magnésio;
- Potássio;
- Selênio;
- Zinco;
- Vitaminas do complexo B;
- Vitamina A;
- Vitamina C.
Já entre os alimentos, o estudo mostrou que 86% daqueles que têm mais impacto na saúde emocional são vegetais. Além disso, o consumo dos seguintes alimentos também contribui para um emocional mais saudável:
- Ostras e mexilhões;
- Frutos do mar;
- Carnes e alimentos de origem animal;
- Alface;
- Pimentão.
Os 10 mandamentos da alimentação saudável
Considerando aspectos físicos e emocionais, o Ministério da Saúde criou uma cartilha sobre alimentação saudável. A publicação, entre outros aspectos, lista os 10 mandamentos com hábitos e atitudes que podem ser incorporadas ao dia a dia para obter mais saúde e bem-estar.
- Consumir frutas e verduras
Alimentos “in natura” estimulam o bom funcionamento do organismo uma vez que são fontes de vitaminas, fibras e minerais.
- Equilibrar o arroz e feijão
Arroz e feijão são alimentos complementares quando se fala em proteína. Por isso, a combinação entre os dois é tão bem-vista por nutricionistas. A recomendação é de uma colher (sopa) de feijão a cada duas de arroz.
- Evitar o consumo de frituras e gorduras
O consumo de alimentos ricos em gorduras pode levar ao entupimento de artérias, o que favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, por exemplo.
- Usar uma lata de óleo para cada duas pessoas da casa por mês
O Ministério da Saúde usa a indicação como uma base para que quem tem o costume de cozinhar em casa siga como referência e, desse modo, não utilize óleo demais.
- Incluir um lanche entre as três refeições principais
Refeições como café da manhã, almoço e jantar são vistas como as principais. Mas é importante que cada pessoa inclua, pelo menos, um lanche entre as refeições principais. Isso pode ser na parte da manhã ou da tarde, conforme a rotina.
- Reservar tempo para comer com calma, longe de distrações
Comer com calma e atenção, longe das telas, favorece a sensação de saciedade e também a digestão. Além disso, permite que a pessoa sinta melhor o sabor dos alimentos.
- Evitar comer doces e alimentos calóricos
Tão importante quanto observar as porções é estar atento à qualidade daquilo que se come. Nesse sentido, vale lembrar que doces e alimentos industrializados costumam ter altos teores de gorduras e calorias.
- Caprichar nas verduras, legumes, frutas e cereais
Conforme dito antes, os alimentos in natura devem ser a base de uma alimentação balanceada e nutritiva. Vale lembrar também que quanto mais colorido, mais rico em nutrientes será o prato. Além disso, tão importante quanto comer é manter-se hidratado.
- Praticar atividade física
É fundamental escolher uma atividade física que mantenha o corpo em movimento e favoreça a saúde física. Para isso, não é preciso ficar horas na academia.
- Atentar-se à frequência da prática de atividade física
Apesar de a atividade não precisar se pesada para ser eficiente, é importante que haja frequência na prática para que os bons resultados possam ser sentidos pelo organismo.
Alimentação é complemento e não tratamento
Embora a alimentação seja um fator importante e fundamental para a promoção da saúde, sozinha ela não é um tratamento para questões físicas e tampouco mentais.
Por isso, é fundamental que, ao observar sinais e sintomas que afetam a saúde emocional, um profissional especializado, que oriente sobre o tratamento adequado, seja consultado. Dessa forma, sim, a dieta será um complemento ao tratamento prescrito.