A ansiedade, assim como o estresse, mantém o sistema nervoso autônomo ativo, eleva as descargas de adrenalina na circulação sanguínea, o que contribui para a elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Se considerarmos que o Brasil ocupa o topo do ranking dos países mais ansiosos do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estamos falando de cerca de 19 milhões de brasileiros ansiosos. Portanto, uma grande parcela da população que corre risco de desenvolver hipertensão.
Por sua vez, a hipertensão arterial atinge cerca de 50% dos adultos com mais de 60 anos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Mas e como a ansiedade afeta pessoas que estão inseridas nessa estatística e atinge, ainda outras faixas etárias? Entenda essa relação ao longo do texto.
O que é hipertensão?
Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ela se dá quando a medida da pressão arterial frequentemente se mantém acima de 140 por 90 mmHg, o popular 14 por 9.
Em cerca de 90% dos casos a hipertensão é herdada dos pais, mas há outros fatores que podem desencadear esses desequilíbrios nos níveis da pressão arterial.
Entre eles:
- Tabagismo;
- Consumo exagerado de bebidas alcoólicas;
- Obesidade;
- Estresse;
- Consumo exagerado de sal;
- Níveis de colesterol elevados;
- Sedentarismo.
Trata-se de uma doença silenciosa e os sintomas aparecem somente quando a pressão está muito alta. Podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Medir a pressão regularmente e acompanhar com um cardiologista são as únicas maneiras de diagnosticar a hipertensão.
Mas e onde a ansiedade afeta um quadro de hipertensão?
O que é ansiedade?
A ansiedade é um sentimento natural do ser humano e está relacionada à insegurança e até medo diante de alguma situação futura. É o famoso “frio na barriga”. Já os transtornos de ansiedade se manifestam em pessoas que não conseguem lidar com esses episódios de ansiedade e se preocupam de forma intensa, comprometendo sua qualidade de vida e seu bem-estar.
Os sintomas podem se manifestar de forma física ou emocional e entre eles estão:
- Nervosismo;
- Inquietação;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Sudorese;
- Dificuldade de concentração;
- Tensão muscular;
- Fraqueza.
Pessoas com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) também podem apresentar palpitação, falta de ar, dor de cabeça, náuseas, aperto do peito, aumento da pressão arterial e dificuldade de concentração.
As consequências do transtorno de ansiedade tendem a piorar no longo prazo, comprometendo a saúde física e mental, assim como os relacionamentos da pessoa consigo e com o mundo. Se não diagnosticado e tratado, os transtornos de ansiedade podem resultar em:
- Isolamento e solidão;
- Baixa autoestima;
- Sedentarismo;
- Emagrecimento ou obesidade;
- Compulsões;
- Vícios;
Entre as consequências físicas está o aumento da pressão arterial.
Pressão alta emocional: a relação entre ansiedade e hipertensão
A pressão arterial é influenciada por uma série de fatores relacionados ao estilo de vida. Neste sentido, a ansiedade, assim como situações de estresse, pode aumentar a pressão, como uma reação natural do corpo ao estado emocional. Ou seja, pessoas ansiosas têm mais possibilidades de sofrer picos de pressão alta.
Um estudo do Hospital Mayo Clinic apontou que a ansiedade não causa a hipertensão, mas os episódios podem se tornar frequentes e, dessa forma, é preciso tratar tanto a ansiedade quanto a hipertensão.
10 dicas para controlar a ansiedade
Uma vez que a ansiedade agrava o quadro da hipertensão, controlar e lidar de uma forma mais adequada com as situações em que se sente ansioso, é a melhor forma de prevenir o aumento da pressão arterial. Confira algumas sugestões para controlar a ansiedade:
- Procure técnicas de meditação e de relaxamento;
- Pratique atividades físicas prazerosas;
- Faça exercícios de respiração;
- Procure situações e atividades de lazer, assim como hobbies;
- Encontre pessoas das quais gosta;
- Coloque momentos de autocuidado em sua rotina;
- Busque momentos de contato com a natureza;
- Tenha boas noites de sono;
- Procure desenvolver e aprimorar o autoconhecimento;
- Alimente-se de forma saudável e equilibrada.
Além disso, vale medir a pressão regularmente e consultar-se periodicamente com um cardiologista, a fim de prevenir a hipertensão, seja física ou emocional.